Nos  arredores das faculdades é possível encontrar ao menos três comércios  irregulares, sejam eles em porta-malas de carros, seja numa Kombi ou até  mesmo em restaurantes improvisados nas calçadas. 
Por  falta de uma rigorosa fiscalização, estes ambulantes costumam trabalhar  do final da tarde até à noite, de 17h as 23h. Segundo o ambulante  Paulo, que atua no ramo há mais de 30 anos, a fiscalização não é diária.  Ele tem um ponto nas proximidades da Universidade Paulista (Unip)  e afirmou que, a cada três ou cinco meses, acontece uma fiscalização num  determinado dia, mas depois há relaxamento.
"Nesses trinta e poucos anos eu sei que é assim” comentou Paulo, dono da barraca Três Patetas.
Em  meados de 2010, a fiscalização obrigou todos os comerciantes ilegais  instalados nas proximidades da UNIP a saírem do local. Boatos surgiram  sobre o assunto entre os estudantes, que não ficaram satisfeitos com o  acontecido. 
“Deixei  de comer durante o período que eles estiveram ausentes por conta do  atendimento, das filas longas e dos preços elevados nas lanchonetes  dentro da faculdade”, comenta Aline Rocha, que é estudante da  instituição. 
Houve  alunos que assinaram até um abaixo-assinado para trazê-los de volta ao  trabalho. E conseguiram. Os ambulantes estão diariamente no local.
É  um comércio que dá lucro. Numa barraca que consegue 400 clientes  diariamente durante o ano letivo, chega a lucrar em média R$ 10 mil por  mês. Em alguns casos, o faturamento total pode chegar R$ 23 mil, mas é  preciso levar em conta que há gastos com funcionários e com a compra de  alimentos. 
“É  um emprego árduo”, dizem Chico e Polianne, ambulantes que já trabalham  em frente à UNIP há cinco anos. Eles começaram vendendo bombom,  chocolate quente e bolo em cima de um banquinho, próximo ao portão da  universidade. Depois passaram a vender pizzas em sua Kombi, hoje o  negócio cresceu e comercializam hambúrgueres e cachorros-quentes. 
O  casal vê esse trabalho como um “bico”, como algo que não vão levar  muito a diante. Polianne quer tentar concurso público, porém no momento  precisa do dinheiro das vendas para pagar as dívidas. Na Banca do Chico  não há funcionários, pois Polianne diz ser muito exigente e por ser mais  difícil a procura por empregos em que se ganha apenas um salário. Com  isso o trabalho do casal se multiplica. 
Já  Paulo, que também trabalha ao lado da mulher e ainda emprega dois  funcionários, nem pensa em sair do ramo.  A mulher é a responsável por  preparar os alimentos durante o dia.
A UNIP foi procurada, porém não houve quem pudesse falar sobre o assunto.
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