quarta-feira, 6 de abril de 2011

Negócio informal próximo à UNIP

Por Nathalia Ferreira

Nos arredores das faculdades é possível encontrar ao menos três comércios irregulares, sejam eles em porta-malas de carros, seja numa Kombi ou até mesmo em restaurantes improvisados nas calçadas.

Por falta de uma rigorosa fiscalização, estes ambulantes costumam trabalhar do final da tarde até à noite, de 17h as 23h. Segundo o ambulante Paulo, que atua no ramo há mais de 30 anos, a fiscalização não é diária. Ele tem um ponto nas proximidades da Universidade Paulista (Unip) e afirmou que, a cada três ou cinco meses, acontece uma fiscalização num determinado dia, mas depois há relaxamento.

"Nesses trinta e poucos anos eu sei que é assim” comentou Paulo, dono da barraca Três Patetas.

Em meados de 2010, a fiscalização obrigou todos os comerciantes ilegais instalados nas proximidades da UNIP a saírem do local. Boatos surgiram sobre o assunto entre os estudantes, que não ficaram satisfeitos com o acontecido.

“Deixei de comer durante o período que eles estiveram ausentes por conta do atendimento, das filas longas e dos preços elevados nas lanchonetes dentro da faculdade”, comenta Aline Rocha, que é estudante da instituição.

Houve alunos que assinaram até um abaixo-assinado para trazê-los de volta ao trabalho. E conseguiram. Os ambulantes estão diariamente no local.

É um comércio que dá lucro. Numa barraca que consegue 400 clientes diariamente durante o ano letivo, chega a lucrar em média R$ 10 mil por mês. Em alguns casos, o faturamento total pode chegar R$ 23 mil, mas é preciso levar em conta que há gastos com funcionários e com a compra de alimentos.

“É um emprego árduo”, dizem Chico e Polianne, ambulantes que já trabalham em frente à UNIP há cinco anos. Eles começaram vendendo bombom, chocolate quente e bolo em cima de um banquinho, próximo ao portão da universidade. Depois passaram a vender pizzas em sua Kombi, hoje o negócio cresceu e comercializam hambúrgueres e cachorros-quentes.

O casal vê esse trabalho como um “bico”, como algo que não vão levar muito a diante. Polianne quer tentar concurso público, porém no momento precisa do dinheiro das vendas para pagar as dívidas. Na Banca do Chico não há funcionários, pois Polianne diz ser muito exigente e por ser mais difícil a procura por empregos em que se ganha apenas um salário. Com isso o trabalho do casal se multiplica.

Já Paulo, que também trabalha ao lado da mulher e ainda emprega dois funcionários, nem pensa em sair do ramo.  A mulher é a responsável por preparar os alimentos durante o dia.

A UNIP foi procurada, porém não houve quem pudesse falar sobre o assunto.

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