segunda-feira, 28 de março de 2011

A Polêmica Coleira Infantil

Por Nathalia Ferreira

Em forma de mochila ou em forma de bichinho de pelúcia é a polêmica da coleira infantil. Esta custa em média R$ 70. Mais comum nos EUA, Europa e Japão, chegou ao Brasil e rendeu muitos comentários. Na web o que não faltam são matérias e postagens em blogs, com diversos comentários com todo o tipo de opinião.

O engenheiro, Carlos Henrique Ferrer, tem uma filha de 1 ano de idade e diz ainda não ter usado o acessório infantil em sua filha, porém não vê problema algum no uso dela. “Não há desvantagens e aumenta segurança da criança”, diz Carlos. Quanto à imagem da criança, um dos temas mais polêmicos, o engenheiro diz ainda, que se a criança souber o motivo pelo qual está usando a peça, não será humilhante.

Roberta da Fonte deixou seu comentário no blog SarahDiz, onde o assunto é discutido. A internauta comenta, que o utensílio é tudo de bom e só quem é pai ou mãe, sabe o que é sair correndo em lugares públicos atrás de seu filho. “É bom, porque pode deixá-lo andar à vontade e caso tenha algum obstáculo, dá para travar”, diz Roberta.

Já a auxiliar administrativa, Geórgia Macêdo Rocha, diz ser contra o uso da coleira infantil. Mãe de uma menina de 2 anos de idade, considera ser frustrante para uma criança ter seus movimentos limitados. Nada substitui a sua orientação de lugares que podem ou não serem explorados pela filha.

Quanto aos pais que utilizam o acessório, Geórgia faz uma crítica: “Não queriam ser pais. O amor é paciente. Preferem usar artifícios a orientar de forma atenciosa e carinhosa.”

Bruno Ribeiro Braga, artista visual, tem um filho de 4 anos. Segundo o artista, o filho que é tratado semelhantemente a um animal de estimação, talvez não cresça com autoestima suficiente e não adquira desempenho necessário num adulto saudável. “Parece muito com coleira de cachorro, o que a meu ver, é humilhante um ser humano ser rebaixado a cachorro”, diz Bruno.

A psicóloga, Allice Gracyelli de Melo, diz não concordar, mas compreende o uso da coleira infantil. Segundo Allice, a mãe que utiliza esse recurso, inconscientemente passa o ensinamento do medo ao filho. Podando da criança a autoconfiança.

A autoconfiança é desenvolvida em longo prazo com conversas, conselhos que fortalecem a relação pai e filho. O ideal é evitar essas soluções maquinais, quando se trata de modelar comportamentos.

Quanto à humilhação, “depende dos valores da família sobre o conceito de humilhação e se caso a criança não queira usar a coleira”, diz a psicóloga.

Para a analista processual do MPU, Renata Cavalcante Scutti, a utilização da coleira humana em crianças é um tema polêmico, ficando a definição de seu caráter constrangedor em aberto.

A lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Nesse aspecto, o artigo 18 do ECA, estabelece que: Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

3 comentários:

  1. Eu acredito que quando os pais usam esse acessório de segurança e proteção, significa que são pais zelosos e que se preocupam com a segurança dos filhos. Uma criança não tem noção do perigo em locais movimentados e nos transitos caóticos.Hoje em dia não podemos confiar em ninguem e é alarmante o número de crianças desaparecidas. Sou mãe de um garotinho de 02 anos muito travesso e estou à procura deste bendito acessório, pois me dará mais tranquilidade e segurança para com o meu filho. Não me importarei das críticas pois se o filho desaparece ou sofre algum acidente, é culpa dos pais e se coloca a coleira... fazer o que né? Vão criticar de qualquer jeito. Por isso, a prioridade é a segurança dos nossos filhos e deixem quem quizer falar.

    Um abraço
    Francileide
    Fortaleza Ce

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  2. Bom, ouvi dizer uma vez que, por um fato nada normal, um cordal umbilical em torno de uma criança na gestação, pode limitar seus movimentos no ventre da mãe deixando na criança sequelas que a limitarão durante toda a sua vida. Se em meses de gestação isso pode causar este tipo de transtorno psico em uma criança, imagine em toda a sua vida infantil???? Òtima matéria Natália, vc está de parabéns!!!

    Arthur Magno

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  3. Sou mãe de uma meenina de 1 ano e meio... Tenho a mochila (coleira para os ignorantes) desde que ela nasceu, e uso desde que ela aprendeu a andar bem... Adoro ver minha filha LIVRE E SEGURA, acho perigoso e desconfortável segurá-la pelo braço (pois há risco de fraturas), e no colo, como ela pesa 13 kg é um tanto pesado...
    Para o Bruno R Braga, a criança é tratada semelhante a um animal de estimação... na minha família e para a educação que recebi; os animais devem ser tratados MUITO BEM sim, semelhante a uma criança?? Na minha casa são tratados sim, e temos orgulho disso!
    Minha filha foi MUITO esperada e EXTREMAMENTE amada, me admiro com opiniões de gente como Georgia M Rocha, acredito que ela não deva nem usar carrinhos de bebê em shoppings... pois o carrinho, muitas vezes, também é usado para "limitar" o movimento dos pequenos... Acredito que a filha dela deva ser uma estátua. Agradeço a Deus pela filha esperta, ativa e simplesmente criança que temos; ela usa a mochila, adora, e é lógico: ninguém puxa ninguém, caminhamos lado a lado, porém em lugares dde grande aglomeração (como aeroporto, shopping, praia no verão) ela é MUITO ÚTIL, infelizmente é coisa para gente civilizada de país civilizado, por isso no Brasil causa polêmica!

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